SAP EXTENDED WAREHOUSE MANAGEMENT (EWM)

Atravessando fronteiras: Desafios da carreira de consultor SAP no exterior

Atravessando fronteiras: Desafios da carreira de consultor SAP no exterior

Nota do autor: escrevo esse texto de profundo coração sem nenhum auxílio de inteligência artificial.

Após quase uma década atuando como Consultor SAP, sinto a responsabilidade de tentar influenciar quem está começando, ou pretende começar, a desenvolver a mentalidade e atitude que julgo essencial para uma carreira saudável e de sucesso.

Ao longo desses anos, tive a oportunidade de conhecer diversos profissionais, participar de diversos projetos, trabalhar em várias empresas, evoluir de Júnior para Senior em dois módulos, migrar para um novo módulo, arriscar uma nova vida fora do Brasil, e já até perdi a conta de quantas vezes mergulhei de cabeça na zona do desconforto.

Falando um pouco sobre a história que me trouxe até aqui, nasci em São Paulo e morei a 20km da capital até os 21 anos. Eu havia iniciado minha carreira na área de TI como programador aos 19 anos, onde pude trabalhar por 2 anos e acumular uma certa responsabilidade comparada a todos os meus amigos na época (forma educada de dizer que os burnouts iniciaram cedo 😋). Então, após a primeira crise existencial do início da vida adulta, decidi investir o pequeno dinheiro que havia juntado até então em uma passagem de avião para Irlanda junto com um curso de inglês (o euro era R$3 e pouquinho 🙃).

Durante essa primeira experiência fora do Brasil, tentei ao máximo conseguir uma oportunidade na área de TI, porém minha pequena experiência na época não era suficiente. Além de que as vagas eram muito diversificadas e eu não tinha algo claro a respeito do que eu gostaria de fazer. Era como se qualquer coisa fosse aceitável. Até que comecei a reparar nas vagas de consultor SAP, as quais eram muitas e me pareciam ser mais organizadas em relação ao conteúdo necessário a se saber para poder conseguir uma oportunidade, por exemplo, para vagas genéricas de TI, haviam muitas mudanças em linguagens de programação, frameworks, etc. Porém as vagas de Consultor SAP mudavam apenas os módulos, o resto era basicamente tudo igual. Foi então que eu percebi que essa carreira me possibilitaria o aprendizado em uma “única” coisa que seria relevante para atuações no mundo todo.

Foi então que decidi voltar e tentar me especializar na única carreira em minha visão que me traria exposição e possibilidades internacionais de qualidade (mas não foi assim tão lindo; a falta de dinheiro foi o principal fator para o retorno ao Brasil 😅).

Após algumas pesquisas sobre mercado, Curitiba foi a cidade que escolhi morar e onde julguei que seria mais fácil entrar no mercado do que São Paulo, onde a maioria das vagas eram para Consultor Senior. De algum modo, minha experiência com a linguagem de programação COBOL foi relevante para conseguir ser contratado por uma consultoria que ministraria um curso de SAP ABAP e seria a chave para minha entrada no SAP, visto que, de algum modo, algumas pessoas consideram essas duas linguagens parecidas (eu discordo, mas tudo bem).

Início da Jornada no SAP

Meu primeiro projeto foi um fracasso. Eu não sabia quase nada, entendia bulhufas e achava a coisa mais difícil do mundo. Flertava constantemente com a vontade de desistir. Até que fui pegando o jeito. Mas alguns colegas foram percebendo que a vida de Consultor não é tão bela quanto parece, e acabaram deixando a carreira.

Comecei a aprender algumas coisas que não se costumava falar sobre, como por exemplo as competências da Humildade e Paciência, pois todo mundo estava muito preocupado em aprender configurações e processos.

Escolhi seguir um caminho, colocando em meu cinto de utilidades de consultor, competências e mentalidades não necessariamente técnicas (chamam isso de Soft Skills né?). Por exemplo: certa vez fui alocado para um projeto complexo, onde eu era responsável por algo que poucas pessoas (duas, sendo mais específico) eram referência em toda a empresa. Eu tentava absorver o máximo de conteúdo dessas pessoas e sempre as procurava em qualquer dúvida que eu tinha. Até que um belo dia, ambas saíram da empresa. E eu, apesar de ainda sentir que não estava nem perto de saber o suficiente, me tornei o único que poderia implementar aquele processo a tempo. O processo em questão era a entrada automática de notas fiscais de frete no MM integrando com o TM nos custos do frete agregados ao material. Era o primeiro projeto S/4Hana com TM da empresa, e na época o processo standard de recebimento de frete no NF-e Incoming Automation estava longe de funcionar direito (o contato com a SAP era constante, e surtia o melhor afeito apenas quando enviávamos o código pronto em ABAP pedindo pra SAP criar novas notas implementando a solução que estavamos propondo – aquele pedacinho do standard está cheio de código da minha autoria 😝).

Voltando à parte de estar se sentindo sozinho no ninho, durante essa fase me deparei com uma nova crise existencial. O medo de não conseguir entregar, a pressão do cliente, a falta de clareza da solução técnica, me fizeram amar a ideia de tentar sair da carreira SAP e iniciar algo novo. Cheguei até a fazer alguns cursos de outras tecnologias. Mas no fim, não desisti (ainda bem).

Comecei a perceber que aquele ambiente estressante e as vezes que levava as mãos à cabeça pensando “meu Deus, estou ferrado” estavam me transformando em algo bem diferente. Pensei que talvez aquilo alí era na verdade a vida de consultor.

No fim do projeto, consegui entender realmente como a coisa funcionava e propûs uma solução que funcionou como uma luva. O orgulho bateu forte, junto com um sentimento de “eu amo meu trabalho”.

Isso me ensinou que é justamente nesses momentos de desespero que eu evoluía. Era justamente quando não havia ninguém para me ajudar que eu aprendia. E que as porradas que eu levava estavam criando uma casca que me tornaria preparado para passar por qualquer coisa no fim das contas.

Ao longo dessa fase de transformação, eu percebi que muitos consultores tomavam algumas atitudes que eu questionava se era mesmo o mais saudável a se fazer. Como por exemplo encontrar insatisfações a respeito do projeto, dos clientes, dos outros colegas, da vida como um todo. Então percebi que para cada intercorrência, eu recebia na verdade uma oportunidade para me aperfeiçoar em algo. Por exemplo:

Ao querer reclamar que o projeto está difícil – eu tinha a oportunidade de estudar mais e aprender algo;

Ao querer reclamar que o cliente não sabe – eu tinha a oportunidade de melhorar minhas competências de comunicação e humildade;

Ao querer reclamar da gestão do projeto – eu tinha a oportunidade de me integrar ao projeto e contribuir com mais valor para o time e ter mais transparência para a gestão;

Ao querer reclamar da falta de instrução que recebia – eu tinha a oportunidade de correr atrás do meu próprio desenvolvimento e autonomia.

Não estou querendo dar uma de bom samaritano e dizer que devemos abaixar a cabeça para os problemas do dia a dia, porém tento instigar uma auto crítica para que possamos perceber que o caminho mais fácil é sempre o da insatisfação com a realidade e o mais difícil é o da adaptação, aprendizado, gentileza, paciência, humildade e dar aquela respirada profunda olhando pro espelho do banheiro de vez em quando.

Carreira no Exterior

Após todo o sofrimento ter se transformado em sensação de poder, decidi que estava pronto para tentar sair do país novamente (adoro a ideia de poder comprar carro barato). Fiz um curso de EWM (com a Assumtek, sem querer fazer publicidade, mas já fazendo), e descobri que meu antigo líder, uma das minhas maiores referências (Raphael Barreto, pra quem está curioso), estava trabalhando na Alemanha. Trocamos algumas figurinhas e após sua ajuda, me tornei um imigrante novamente. Porém dessa vez, como trabalhador altamente qualificado e não como estudante de inglês 😅.

Desde então minha carreira tem me tornado cada vez mais grato. Lembro do garoto que eu era no passado e o agradeço imensamente por não ter desistido e por ter tomado as decisões que me trariam até aqui hoje. Todo aquele esforço acabou valendo a pena. Todo aquele estudo surtiu resultado e todas aquelas lágrimas regaram o solo de um baita jardim (foi mal, to emocionado).

Conclusão

O recado é esse: a importância de se desenvolver. Procurar sair do caminho mais fácil que é achar tudo ruim. Saber que somos uma comunidade de profissionais enorme e que podemos nos empurrar pra cima. Ninguém está sozinho nessa.

Pra quem leu até aqui, deixo meu agradecimento. Fui sincero. Quero deixar claro que a mensagem aqui é sobre perseverança, estudo árduo, prática, resiliência. Quer cair? Pode cair, mas levanta, continua! Vale a pena!

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Pedro Soares
Consultor SAP EWMM

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